Vanda Morgado

Estado Pater familias

Após assistir à conferencia de imprensa onde nos foi informado que o estado arrecadou mais de 11 mil milhões de euros que o orçamentado, e que desta forma irá proceder á atribuição de subsídios e possível redução do IVA a zero num cabaz alimentar a determinar. Numa altura em que os Portugueses se veem sufocados em impostos, não conseguindo fazer face as suas despesas mais básicas, só posso assumir que o Estado quer deliberadamente entupir o nosso sistema judicial, com mais de 10 milhões de processos para atribuição da tutela e curatela, onde pretende gerir os nossos bens e providenciar pelo nosso bem-estar. Presumo eu também que entretanto por portaria já nos declarou a todos como incapazes, e desta forma com absoluta necessidade de tutela e vigilância sobre todas as nossas decisões.

Ao Pai Estado, que se apresenta agora com «Pater Familias», cabe-lhe reservar parte dos nossos rendimentos, através do IRS, IVA e de todas as taxas e taxinhas a que estamos sujeitos.

Desta forma, para podermos residir em Portugal, entregamos assim que recebemos, parte dos nossos rendimentos, e depois cada vez que queremos tomar banho, o nosso pai grita… atenção não é para gastar muita água… e antes de nos abrir a porta da casa de banho pede-nos mais 2,00€
Se por ventura queremos ver televisão, o pai diz-nos… olha podes ver… mas paga a taxa antes

Se queremos comer uma sopa… mais uma taxinha…

Entretanto o nosso pai… informa-nos que o rendimento familiar afinal foi mais alto do que estava a pensar… tomara… cada vez que ia buscar uma maça a fruteira alem de pagar a maça tinha de deixar lá a taxa, e diz-nos muito orgulhoso de si, apos ter chegado do seu farto almoço com os amigos, pago por nós, no seu Jaguar… que nos dá 1,00€ para podermos ir ao café ao lado de casa (já não temos dinheiro para a gasolina e o pai – fisco – por falta de pagamento de taxas penhorou-nos e executou a penhora sobre o nosso carro) comer um gelado… daqueles de gelo que não da para mais.

A nossa mãe farta de ver o nosso sofrimento, com aquele ar maternal, de quem não consegue ver um filho a ficar magro, decide meter o pai a dormir no sofá… e ele com dores nas costas e sem ter quem lhe prepare o chá para ajudar na digestão após as refeições escandalosamente caras que faz às nossas custas, lá faz a vontade a mãe estado.

Assim a matriarca informa que se comermos apenas uma torrada de pão com manteiga e um copo de leite ao pequeno almoço, uma salada de feijão frade com atum ao almoço, um iogurte, e uma maça ao lanche e uma sopinha pela noite… relativamente ao que comemos basta o IRS que entregamos… ela não nos faz pagar o IVA.

Senhor Primeiro Ministro, dispenso que me diga que apenas posso beber leite meio gordo, não posso comer morangos, e a carne de vaca é só para si e para os amigos comerem a nossa conta… se quer retirar o IVA no cabaz alimentar, faça-o, mas não lhe cabe decidir o que posso ou devo de comer. E invés de me querer dar subsídios… baixe o IRS… são mais 11 mil milhões de receitas adicionais as minhas custas e dos restantes contribuintes em impostos que arrecadou.

Não quero um governo paternalista, que por vezes toma umas atitudes maternais… quero sim um governo eficaz na gestão dos meus impostos, não que queira gerir a minha carteira e o meu estomago…

Deixo um proverbio chines que me tem feito pensar… «um homem quando tem fome só tem um problema, quando não tem fome tem vários».

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